Este artigo estuda processos referenciais mobilizados em narrativas amazônicas, especificamente processos ligados à transcategorização de personagens integrantes dessas histórias, objetivando compreender o modo como determinadas estratégias se realizam nos textos aqui analisados, tendo em conta as implicações sociocognitivas para a construção da atividade discursiva. Tomo como referencial as postulações de Aristóteles (2002), Bezerra (2002), Cascudo (2001), Fauconnier & Turner (2002), Ferreira (2010), Kant (2000), Koch (2004), Koch e Cunha-Lima (2005), Marcuschi (2007, 2008), Mondada (2005), Moura (2016), Propp (2002), Tomasello (2003). Para os autores, os processos de transcategorização são resultantes de reconstruções simbólicas de objetos culturais situados. O corpus em análise consta inicialmente de 10 (dez) narrativas orais coletadas no interior da Amazônia, precisamente na região do Baixo Amazonas Paraense, nas comunidades de Arapixuna, Cuipiranga e Laranjal. As mencionadas narrativas foram coletadas por alunas do último semestre do Curso de Licenciatura em Letras da Universidade Federal do Oeste do Pará, no período de Março de 2017 a Abril de 2018. Essas alunas estão vinculadas ao Projeto intitulado Processos referenciais em narrativas orais Amazônicas: implicações sociocognitivas e culturais, aprovado pela Comissão de Avaliação de Projetos do Instituto de Ciências da Educação (ICED), instituto ao qual estão também vinculadas, devidamente cadastrado na Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação Tecnológica (PROPPIT). Considerando os dados, concluo que os objetos culturais analisados não são estáticos e isomórficos, mas caracterizam-se pela dinâmica de significados sociossimbólicos carreados em diferentes contextos.
Heliud Luis Maia Moura
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