Este artigo objetiva analisar anáforas indiretas presentes em narrativas amazônicas, considerando que essas anáforas constroem processos referenciais imersos no contexto em que tais narrativas são produzidas. As teorias que embasam este trabalho ancoram-se em Koch (2004; 2006; 2008); Marcuschi (2005; 2006; 2007); Schwartz (2000); Tesnière (1977); Tomasello (2003) e Moura (2013; 2017). As anáforas indiretas constituem atividades sociocognitivas e culturais, mobilizando-se processos como: anáforas indiretas (doravante AI) baseadas em relações semânticas inscritas nos SNs definidos e indefinidos; AI baseadas em papeis temáticos dos verbos; AI baseadas em elementos textuais ativados por nominalizações; AI baseadas em esquemas cognitivos e modelos mentais; AI baseadas em inferências ancoradas no modelo do mundo textual; AI sem antecedente cotextual, estando em jogo não somente estruturas textuais, mas também elementos imersos em contextos de referência. O corpus, em análise, relativo ao fenômeno em estudo, constitui-se de 5 (cinco) narrativas, constantes em 13 (treze) números da Revista Visagens, Assombrações e Encantamentos da Amazônia, de autoria de Monteiro (2000; 2002). Vale esclarecer que os números totais da revista foram editados entre os anos de 1997 a 2004, versando sobre: Boto, Cobra, Matintaperera, Curupira, Lobisomem e Assombrações e Visagens. As análises levam-me a concluir que os processos estudados são constitutivos dessas narrativas, reafirmando-se a premissa de que reconstroem significados simbólicos e sociocognitivos específicos.
Heliud Luis Maia Moura
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